A criação de Amparo não estava nos planos dos moradores que apenas pediram à Casa do Infantado que fosse erguida uma capela de Nossa Senhora do Amparo.
O pedido encontrou receptividade por parte do Grão-Prior do Crato e Arcebispo Provisor do Crato que defendia a criação, não de uma capela mas de uma paróquia, sendo determinante a distância entre Amparo e São João Baptista. A justificação por parte da Igreja devia-se à grande distância que os crentes tinham que percorrer para receber o “pasto espiritual”.
A questão foi aprovada em 1804 pelo Príncipe Regente em Portugal, D. João que mandou criar uma nova Freguesia na Ermida de Nossa Senhora do Amparo por divisão da Freguesia de São João Baptista do concelho de Pedrógão Pequeno. Esta nova freguesia chamou-se Amparo.
Em 1836, com a extinção do Município Pedroguense, Amparo foi integrada ao Concelho de Oleiros e três anos mais tarde adicionada à Sertã.
A criação não foi pacífica, os habitantes lutaram arduamente para o conseguirem sob oposição dos pedroguenses, mas com apoio da Igreja.
A primeira vez anunciada Freguesia de Carvalhal terá sido na ata de aprovação de contas de 1894, datada de 20 de Março de 1895, “Junta da Parochia de Nª Sr.ª do Amparo de Carvalhal” pelo Presidente Joaquim Fernandes Silva. Esta designação parece ter origem nos muitos carvalhos na região.
Em 1888 dá-se a construção da Estrada Nacional 2 que liga Trás-os-Montes ao Algarve e passa pelo Carvalhal, apenas asfaltado em 1950.
Com a implementação da República Portuguesa os hábitos dos cidadãos alteraram-se e apesar de crentes, os habitantes do Carvalhal começaram a preocupar-se com a alfabetização.
Em 1890 sabiam ler apenas 52 indivíduos (51 do sexo masculino e 1 do sexo feminino), sendo o número de alfabetos 634.
António da Costa Lima, cidadão de Carvalhal, ofereceu em 1904 um terreno e edifício para adaptação a escola.
É pedida ao então Rei de Portugal, D. Carlos I, que autorizasse a criação de uma escola. O pedido foi aceite com a condição de a junta fornecer o edifício, material de ensino e residência para o professor.
Com um peditório por toda a Freguesia e arredores a Escola é requalificada e oficializada a dádiva do Sr. António da Costa Lima em 1917.
É em 1926 que se realizam as primeiras eleições livres na freguesia, no entanto com pouca aderência. Mesmo em 1975 para a Comissão Administrativa da Junta de Freguesia votaram apenas 67 dos 591 eleitores inscritos.
Em 1938 deu-se por terminada uma obra importante: a ponte sobre o Ribeiro do Sesmo, sob gestão do Presidente Fernando Costa Lima.
É segundo o mandato de Adelino Duarte, Presidente durante 18 anos (entre 1949 e 1967), que chega à Freguesia a rede de água a três fontanários: Santo Abril, fonte do Meio e fonte do Vale.
Neste tempo dá-se também a construção da Igreja Matriz agora conhecida, sendo a anterior destruída por justificações de espaço e acomodação dos crentes.
É sob a chefia de José Ramos Branco Júnior que se dá o primeiro recenseamento eleitoral no Carvalhal. Este é o eleitor número 1.
Em apenas 20 anos Carvalhal saltou do quase nada para o quase tudo.
Em 1982, com um esforço da população liderado pelo Presidente António Antunes é aberta a extensão de saúde do Carvalhal.
No mesmo ano foi instalado o segundo ciclo do ensino básico na Escola do Ramalhos através da Telescola, recorrendo-se à construção de dois pavilhões no mesmo recinto, anteriormente leccionados numa das salas do primeiro piso da Casa do Povo.
Em 1985, com o rasgar de novas vias rodoviárias no lugar de Viseu aumentam-se as vias de comunicação. Este foi também o ano de introdução de alcatrão no Carvalhal.
A 1989 foi inaugurado o Jardim de Infância que 4 anos depois contava com apenas 11 crianças.
Em 1994 deu-se a inauguração do Itinerário Complementar n.º 8 (IC8).
No ano 2000, sob chefia de António Antunes Xavier dá-se a inauguração da sede de Junta de Carvalhal.
É no ano de 2002, a 15 de Fevereiro, que acontece a Ordenação Heráldica, tendo sido o processo iniciado em 20 de Agosto de 2000 pelo autarca António Antunes Xavier.
200 anos
A comemoração dos 200 anos da criação da Freguesia foi presidida pelo então Presidente do Município, Dr. José Paulo Barata Farinha.
Houve festa, 3 porcos no espeto, vinho tinto, 2 acordeonistas e o esperado Bolo de 50 quilos.
Neste dia foi também oferecido aos conterrâneos uma camisola comemorativa.
Em 2010, sob o mandato de António Vicente Xavier de Matos, a Freguesia de Carvalhal recebe a notícia que a Escola do Ramalhos e o Jardim de Infância serão fechados. No entanto, neste mesmo, procedeu-se à sua requalificação e, com um terreno oferecido pela família Lima, à ampliação do recreio para as crianças. Como consequência deste fecho, as crianças percorrem em média 24km diários para ter acesso à escola, uns na sede de concelho, outros em Pedrógão Pequeno, Cernache do Bonjardim ou Castelo.
As más notícias não cessaram e em 2012 dá-se também o fecho da Extensão de Saúde. Este foi justificado pela falta de linha telefónica que facilitaria a informatização. Mesmo após insistência da Junta de Freguesia que se comprometia a cobrir os custos a linha nunca chegou. Os utentes descontentes começaram a abandonar esta extensão uma vez que tinham de se deslocar a outra para adquirirem as receitas processadas a computador.
Com a Reforma da Administração Local, Carvalhal vê-se no panorama de Freguesias a agregar. Sob insistência do então Executivo e de toda a população, com muitas queixas e justificações para a continuação da Freguesia, o período negro terminou e a Freguesia ficou.
É também sob o mandato de António Vicente Xavier de Matos que se dá a requalificação interior e exterior da Casa do Povo.
* Carvalhal na lista de Freguesias a extinguir: Decreto-Lei n.º Lei n.º 22/2012 de 30 de Maio
* Carvalhal como Freguesia que permanece após extinção de Freguesias: Decreto-Lei n.º Lei n.º 11-A/2013 de 28 de Janeiro
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