Tragédia de 1960

Existia um motor de tirar água no poço do Sesmo a cargo de uma família de 4 irmãos: Zé, António, Maria e Ângela.
Este motor estava sob um estrato dentro do poço, a alguns metros acima do nível da água.

Um dia, António deixou o irmão Zé e um criado a regar a horta enquanto foi até ao concelho, dizendo que não entrassem dentro do poço mesmo que o motor parasse.
O motor parou e o criado foi averiguar o que se passava, esquecendo o que o patrão António lhe disse.
Desceu as escadas no interior do poço e não voltou a sair.

Zé esperou algum tempo, mas como o criado estava a demorar muito foi também ele averiguar no interior do poço o que se passava.
Com estas demoras as irmãs aperceberam-se do sucedido e apelaram ajuda aos gritos.
O povo juntou-se e 3 rapazes novos, António, Zé Fernandes e Alberto Fernandes, desceram as escadas um a um para ver o que se passava e todos eles lá ficaram, sem ninguém subir.

O pai de Zé e Alberto, também desceu para ver o que se passava, acabando também por não voltar.
Nenhum destes 6 homens saiu do poço.
Chegaram os bombeiros que desceram ao poço e se depararam com os 6 homens mortos.

Os homens ao descerem para o poço ficavam sem oxigénio pois o motor libertava gases (dióxido de carbono). A falta de oxigénio tornava os homens inconscientes que caiam à água e morriam afogados.
Da casa de Maria Rosalina saíram num só dia 3 caixões, um do seu marido de 48 anos e dois dos seus filhos Zé de 19 anos e Alberto Fernandes com 25 anos. Ficou-lhe viva a filha Maria do Carmo Fernandes.